Entendendo o que é a Percepção Musical

Publicado por JAM Music em

por Rodrigo Borges

                   A percepção musical é uma habilidade muito importante que todo músico deve desenvolver. É com uma percepção bem apurada que conseguimos observar além do óbvio presente na música, como as linhas de backing, as variações de coloratura, a métrica, as variações rítmicas, as dinâmicas e muito mais. E para desenvolver essa habilidade nada melhor do que ouvir música. Essa lista contém algumas músicas que podem auxiliar no desenvolvimento da sua percepção musical.

 

A primeira delas é um clássico, Orinoco Flow da Enya.

                   Nos primeiros compassos da música conseguimos perceber que o tempo é quaternário e que os ataques fortes do sintetizador se encontram no “e” do tempo 1 e 3. A melodia, de modo geral, é bem repetitiva, sem grandes saltos ou alterações na sua estrutura. No momento do refrão, é que ocorre uma alteração e na ponte. Na ponte (1:50 de música) a sonoridade fica um pouco mais calma, entretanto, ela continua mantendo o mesmo andamento. Para alcançar esse efeito, o instrumental desaparece ficando somente a voz e a percussão, onde uma meia-lua marca o terceiro movimento. Logo após isso ocorre a volta do sintetizador, que dá uma levada e um caráter único para essa canção.

 

A segunda música é da trilha sonora de um filme que arrebatou as premiações, Nuevo Cinema Paradiso, do grande maestro Ennio Morricone.

                   Logo no começo temos um solo de piano que nos apresenta o tema da música. Esse tema é repetido e trabalhado pela orquestra toda. Em um segundo momento o tema é trabalhado pelo clarinete e em seguida a flauta transversal assume o solo. Pode-se notar que no começo da peça, a dinâmica é menor e quando a orquestra entra ela aumenta. Durante os solos a orquestra fica mais baixa para que os solistas tenham destaque. Além disso, o que mais você consegue perceber?

 

A próxima música é da maior cantora de todos os tempos, segundo a Rolling Stones.

                       A música começa com um solo de piano que se baseia em dois acordes. Aretha tem constantes respostas das Backing Vocals, que tem suas próprias linhas melódicas e frases. Podemos observar que na frase “… don’t take to much high IQ” Aretha sobe uma oitava no “IQ” que cria um ápice na música. Indo para o refrão temos uma variação dos acordes e após isso a música sobe o tom. Além da guitarra, bateria, saxofone, piano e vozes é possível ouvir um órgão ao fundo, você consegue perceber?

 

A próxima música faz parte do quinto álbum do rei do pop, Michael Jackson.

                        Logo no começo temos uma linha de baixo muito marcada e então os violinos entram enquanto a guitarra faz a melodia do refrão. A guitarra permanece apresentando a melodia do refrão até ele chegar. A melodia dos versos não se altera muito e segue até o refrão, onde o saxofone acrescenta alguns detalhes. A música termina com os instrumentos sumindo um a um até todos desaparecerem.

 

O grupo ABBA foi um sucesso nos anos 70 e 80, sendo um dos grupos pioneiros do gênero disco.

                     A música começa com um solo no sintetizador e é nítido a mudança da nota no quarto tempo dos primeiros compassos. Após a guitarra introduzir uma melodia a música segue entrando no primeiro verso que possui intervenções do instrumental nas pausas da voz. Quando estamos indo para o pré-refrão, há um retorno do solo de sintetizador, e quando chegamos nele temos acordes marcando as palavras “Just one…” para dar ênfase. No refrão temos apenas um leve acompanhamento do piano e depois a banda se reúne inteira novamente.

 

Nossa última música faz parte da lista de músicas que todo brasileiro nasce sabendo a letra.
De Ary Barroso, Aquarela do Brasil.

                      Nesta magnifica versão orquestral, temos uma introdução muito plácida, onde o saxofone faz o solo. Depois disso a música fica mais movida e ganha um embalo da percussão e do baixo. No primeiro momento a melodia fica com as cordas enquanto os sopros mantêm a harmonia no famoso “Pam pam pam” que é uma sucessão de semitons. Depois a melodia vai para os sopros e a vez de segurar a harmonia é das cordas. Próximo ao final abre-se um espaço para o solo do trombone e então a música acaba.

 

Quer ampliar ainda mais a sua percepção musical?

 

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